quinta-feira, 22 de maio de 2008

Neste melhor dos mundos possíveis

Está provado que as coisas não podem ser de outra maneira, porque, sendo tudo feito para um fim, tudo existe necessariamente para o melhor dos fins.
Os narizes foram feitos para o apoio dos óculos, e por isso temos óculos.
As pernas são visivelmente instituídas para o uso de calções, e inventaram-se os calções.
O destino das pedras foi o de serem talhadas, para a edificação de castelos.
Ao principal barão de uma província deve caber a melhor casa.
E, sendo feitos os porcos para serem comidos, comemos porco o ano inteiro.
Por conseguinte, aqueles que afirmaram que está tudo bem, disseram uma tolice; era preciso que dissessem que tudo vai da melhor forma.


trecho do livro: Cândido ou o Otimismo - Voltaire

sábado, 10 de maio de 2008

E o futuro...

Vem de fruto o futuro?
Vem de fato o futuro?
Palavra que fala do tempo que ainda está por vir.
Mas ele ainda não existe.
Ou já existiu?
Passado, presente e futuro.
Todos juntos, numa roda gigante.
O velho, o adulto e o bebê.
Antigo, contemporâneo, pós-moderno.
Pedra, pau , eletricidade.
Pedro, Paula e Eletra.
Homossexual, heterossexual, pan-sexual.
Depois do passado, presente e futuro, o que virá?
Humanos, andrógenos, novos dinos, será?

DE UM AMOR PARA OUTRO AMOR

Falamos a mesma língua, pensamos do mesmo modo, sentimos os mesmos arrepios, olhamos para o mesmo lado, ouvimos as mesmas canções, tocamos as mesmas teclas, gostamos das mesmas coisas, cheiramos os mesmos cheiros, notamos as mesmas estranhezas, buscamos as mesmas verdades, cremos em tudo o que sonhamos e se nos perguntam se isso é amor, respondemos: sim, isso só pode ser amor! Daí, passado um tempo, morri, ressuscitei, ele me deixou e descobri que era dor e terror. Custou a passar esse temor. Hoje virou pavor. Só sobrou a minha cauda de pavão e o meu grande coração.